terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Agrotóxicos


 Agrotóxicos são definidos de acordo com a OMS, como uma substância ou mistura de substâncias destinadas a impedir a ação de insetos, ácaros, moluscos, roedores, fungos, ervas daninhas, bactérias e outras formas de vida animal ou vegetal prejudiciais à saúde pública e para a agricultura durante a produção, armazenamento, transporte e distribuição.
 Podem ser divididos quanto ao tipo de toxicologia e  composição.
 Quanto ao tipo, podem ser classificados em: inseticidas, fungicidas e herbicidas. Conforme sua classe toxicológica, assim estão dispostos: classe I - são extremamente tóxicos; classe II - são altamente tóxicos; classe III - são mediamente tóxicos; e classe IV - são pouco ou muito pouco tóxicos.
 O uso negligente de agrotóxicos tem causado diversas vítimas fatais além de abortos, fetos com má-formação, suicídios, câncer, dermatoses e outras doenças. Segundo a OMS, há 20.000 óbitos por ano devido a manipulação, inalação e consumo indireto de pesticidas nos países em desenvolvimento como no Brasil, que, à propósito, é considerado um dos campeões do mundo no uso dessas substâncias segundo a ANVISA.
 Quando não utilizado corretamente os agrotóxicos podem causar três tipos de intoxicação, a saber, aguda, subaguda e crônica, causando sintomas como dor de cabeça, dor no estômago e sonolência. Além das conseqüências inúmeras a saúde pública, o excesso dessas substâncias agride de forma bastante significativa ao ambiente.
 São muitos os ingredientes ativos que compõem os agrotóxicos e outros produtos venenosos produzidos pela indústria. Muitos deles já foram banidos pela OMS, mas infelizmente, conseguem ser vendidos a alguns países, inclusive o nosso. Segundo a ANVISA, existem, atualmente, 1174 agrotóxicos registrados no país.


AGROTÓXICOS PROIBIDOS PELA OMS OU ANVISA


DEFENSIVOS AGRÍCOLAS NOCIVOS

INSETICIDAS- combatem os insetos
  •        Organoclorados são considerados muito perigosos e já são proibidos desde 1985. Estes produtos deixam resíduos permanentes nos tecidos gordurosos de mamíferos, peixes e aves. Quem comer a carne de um desses animais contaminados será igualmente afetado. A substância tóxica também permanece ativo no meio ambiente por mais de 100 anos.
  •        Os organofosforados são menos perigosos. Após a intoxicação, os efeitos desses pesticidas se manifestam em até 24 horas. Eles fazem parte da família dos chamados inibidores e além de efeitos fisiológicos ainda podem causar reações esquizofrênicas.
  •        Os Carbamatos são pouco perigosos. Enquanto os efeitos dos organofosforados levam um mês para desaparecer, os dos carbamatos levam apenas uma semana. Ambos têm as mesmas características e fazem parte da família dos inibidores.
  •       Os Herbicidas que combatem ervas daninhas como o Paraquat, muito perigoso, é extremamente tóxico. Esse tipo de produto ataca gravemente todos os tecidos do organismo. A intoxicação pode se dar por inalação ou ingestão. Se consumido acidentalmente em estado puro, basta a quantidade de uma simples colher de chá para levar ao óbito.
  •    Glifosate, menos perigoso apresenta toxicidade relativamente baixa para o ser humano, mas a ingestão acidental causa náuseas, vômitos e outros distúrbios gastrointestinais.
  •    O Clorofenóxicos, pouco perigoso, se manuseados corretamente, os agrotóxicos desse grupo são pouco tóxicos. No entanto, em sua fabricação é liberada uma substância chamada dioxina, que deve ser mantida separada. Caso ela contamine o herbicida, a mistura torna-se cancerígena.

RODENTICIDAS (combatem roedores)
  •  A categoria dos rodenticidas é a mais venenosa de todas e esse produto em particular, um dos mais tóxicos entre eles. Seu uso é proibido no Brasil, mas em outros lugares - como Nova Zelândia, Estados Unidos e Europa - ele continua liberado.
  •    O Fluoracetato de sódio, muito perigoso
  •   O Fosfeto, menos perigoso
  •    Esse produto é utilizado para proteger as sementes em estoque antes do plantio. O uso doméstico contra ratos ainda é comum no Brasil, apesar de o fosfeto ser proibido. Ao se misturar com a água ou com a saliva, ele libera a fosfina, um gás venenosíssimo.
  •    Hidroxicumarínicos, pouco perigosos por serem granulados, esses produtos dificilmente passam despercebidos a ponto de serem ingeridos por acidente. Em seres humanos, sua toxicidade é relativamente baixa, mas podem provocar hemorragias

FUNGICIDAS - combatem fungos. Existem muitos fungicidas no mercado.Os principais grupos

  •     etileno-bis-ditiocarbonatos: Maneb, Mancozeb, Dithane, Zineb,Tiram
  •     trifenil estânico: Duter e Brestan
  •     captan:Ortocide a Merpan
  •      hexaclorobenzeno.

HERBICIDAS - combatem ervas daninhas. Nas últimas duas décadas, este grupo tem tido uma utilização crescente na agricultura. Seus prìncipais representantes são:

  •    paraguat: comencializado com o nome de Gramoxone
  •    glifosato: Round-up
  •     pentacloofenol
  •     derivados do ácido fenoxiacético: 2,4 diclorofenoxiacético (2,4 D) a 2,4,5 triclorofenoxiacético

 PESTICIDAS- são perigosíssimos quando ingeridos ou inalados em estado puro

  •     Etileno-bis-ditiocarbonatos: Maneb, Mancozeb, Dithane, Zineb,Tiram
  •      Trifenil estânico: Duter e Brestan
  •     Captan:Ortocide a Merpanhexaclorobenzeno
  •      Ciclodieno,
  •       Adrin
  •       Dieldrin,
    Esses três últimos chegaram ao mercado por volta de 1950, mas diante de sua persistência, seu potencial de toxidade, sua tendência a se acumular em tecidos gordurosos, o uso desses compostos está atualmente proibido ou rigorosamente restrito em muitos países.




quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Desertificação


            A desertificação é definida como um fenômeno em que um determinado solo é transformado em deserto, ocorrendo a transformação de terras com potencial produtivo em terras inférteis. Nesse processo, a vegetação se reduz ou acaba totalmente, fazendo com que o solo perca suas propriedades produtivas. Isso ocorre através da ação humana ou processo natural. Esse fenômeno ocorre em regiões de clima árido, semi-árido e subúmido seco, de acordo com a classificação definida pela ONU. É considerado um problema global por ocorrer em mais de 100 países do mundo.

De maneira geral, podemos apontar como as principais causas da desertificação:
  • Sobreuso ou uso inapropriado da terra;
  • Desmatamento;
  • Utilização de técnicas agropecuárias impróprias;
  • Exploração descontrolada de ecossistemas frágeis;
  • Queimadas;
  • Mineração;
  • Uso excessivo de agrotóxicos;
  • Poluição;
  • Secas.

 
            Consequências da desertificação:
  • Redução das áreas cultivadas;
  • Diminuição da produtividade agropecuária das áreas afetadas;
  • Redução dos recursos hídricos;
  • Aumento da poluição hídrica;
  • Aumento das cheias;
  • Aumento de areia nas áreas afetadas;
  • Destruição da fauna e da flora.
 Além desses prejuízos ambientais, a desertificação traz também impactos de ordem econômica e social nas áreas afetadas:
  • Migração descontrolada para as áreas urbanas;
  • Desagregação familiar devido ao êxodo;
  • Crescimento da pobreza;
  • Aumento das doenças devido à falta de água potável e subnutrição;
  • Perda do potencial agrícola;
  • Perdas de receita econômica.

 As áreas suscetíveis à desertificação no Brasil abrangem o semi-árido, subúmido seco e áreas de entorno, ocupando cerca de 1.340.000 Km² e atingindo diretamente 30 milhões de pessoas. As quatro áreas onde é intensa a degradação são chamadas núcleos de desertificação, elas somam 18,7 mil km² e se localizam nos municípios de Gilbués, no Piauí; Seridó, no Rio Grande do Norte; Irauçuba, no Ceará e Cabrobó, em Pernambuco.

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Lagosta vermelha




No Ceará, 25 espécies entre invertebrados e peixes estão incluídos na lista de espécies em extinção do Instituto brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Renováveis (IBAMA) e mapeados pelo IBGE. As principais espécies de lagostas que habitam o fundo do mar do Ceará são a lagosta cabo verde e a Lagosta vermelha.

Juntas, elas são responsáveis por 75% da produção nacional. Entretanto, a pesca desse crustáceo está em declínio, uma vez que, a temporada de defeso da mesma aumentou de 3 para 8 meses nos últimos 7 anos.

Em se tratando da lagosta vermelha, esta apresenta as seguintes características:

Nome popular: Lagosta Vermelha, Verdadeira, Comum ou Espinhosa.

Nome científico: Panurilus argus

Família: Palinuridae

Tamanho mínimo para consumo: 13cm de cauda

Localização geográfica:Atlântico Ocidental – Carolina do Norte até a Flórida, Bermudas, Golfo do México, América Central, Antilhas, norte da América do Sul e Brasil (Fernando de Noronha, Rocas e do Pará até São Paulo, em Sergipe são capturados ocasionalmente), Atlântico Oriental – África (Costa do Marfim).

Distribuição:Vive em recifes, entre as rochas, esponjas em crescimento ou entre coisas que lhe ofereçam proteção. Do entre-marés até 90 metros de profundidade. Espécie gregária, vivendo em grupos. Carapaça com fortes espinhos longitudinais mais ou menos regulares, espinhos supra-orbitais grandes, comprimidos e curvados para cima e para a frente. Olhos grandes e proeminentes. Antênulas quase 2/3 do comprimento do corpo, com flagelo externo mais curto e grosso do que o interno, ciliado distalmente. Segmento antenal com par de espinhos na frente. Antenas grandes e pesadas, pedúnculos com vários espinhos fortes e com pequena sub-quela na quinta pata. Abdome liso, com somitos cruzados por sulcos interrompidos no meio. Pleópodos ausentes no primeiro somito abdominal. Divisão proximal do télson com alguns fortes espinhos. Abdome com manchas ocelares amareladas.

"A carne da cauda da lagosta é extremamente saborosa e considerada nobre. Compõe pratos tradicionais da cozinha cearense.’’


‘’A lagosta vai crescendo e chega em um ponto em que tem que trocar a carcaça que a reveste. Livre dessa couraça, enquanto aguarda a nova "roupa", fica totalmente vulnerável, mole, enfraquecida. Assim, durante alguns períodos da sua vida, ela vai ficar totalmente dependente do meio em que vive.’’

Paulo Roberto Golfke



Por Edilma Carvalho Gomes, estagiária da SEMEIO.